terça-feira, 4 de setembro de 2018

MEMORIAL DA MEDICINA DO RN JOSÉ JORGE MACIEL - NATAL


O Memorial da Medicina do Rio Grande do Norte é uma extensão do Conselho Regional de Medicina do RN (CREMERN), e nasceu a partir da idéia do Conselheiro Dr. Rubens dos Santos Silva, encampada pelo então Presidente do CREMERN, Dr. Newman Figueiredo de Macedo e sua Diretoria, entre 1995 e 1996. É aberto ao público e funciona diariamente das segundas às sextas feiras, no horário de expediente, e com acesso pelo CREMERN.

Em 04 de março de 1996 foi inaugurando nas dependências do CREMERN, à época situada na Av. Café Filho, Praia do Meio, data marcada com uma exposição de fotografias organizadas pelo Prof. Olímpio Maciel, e uma exposição retrospectiva de quadros do médico e pintor Prof. Leopoldo Nelson de Souza Leite (in memorian), originando assim a pinacoteca, cujo nome fora aprovado em Assembléia do CREMERN, em 14 de fevereiro de 1996. Estas obras, do acervo particular da família, foram expostas entre os dias 04 e 08 de março de 1996, marcando a abertura do Memorial.

O acervo fotográfico traz o nome do Prof. José Jorge Maciel, que já colecionava fotografias históricas da medicina do RN em seu acervo particular, junto ao Instituto de Radiologia de Natal, posteriormente continuada pelo seu filho, Dr. Olímpio Maciel, ex-presidente e hoje membro do Conselho Curador do Memorial.

Em 2003, o acervo bibliográfico passou a chamar-se Prof. Getúlio de Oliveira Sales (in memorian), em homenagem ao poliglota, professor de patologia e um dos organizadores da UFRN, do curso de medicina, e da Academia de Medicina do RN.

Em 18 de outubro de 1996, dia do Médico, cujo patrono é São Lucas, o Memorial promoveu uma exposição retrospectiva do médico pintor Dr. Jussier Magalhães, de saudosa memória, entre os dias 18 e 25 de outubro de 1996, como parte das comemorações da Semana do Médico daquele ano.

Adquirida em 2001, a sede definitiva do Memorial, doada pelo Conselho Federal de Medicina em edificação tombada, foi restaurada e inaugurada em 18 de setembro de 2002. O projeto de restauração teve a autoria do arquiteto Dr. Ubirajara Galvão. Hoje o Memorial funciona na Av. Rio Branco 388 – Centro.

Para inauguração da nova sede foi montada uma exposição temporária com objetos pessoais do Prof. Onofre Lopes da Silva, incluindo a veste talar usada nos seus doze anos enquanto Reitor da UFRN, diplomas e objetos pessoais, postos em sala reservada junto ao pedestal de granito onde repousa o seu coração. O coração do Dr. Onofre foi retirado logo após o seu falecimento, em 1984, a pedido do seu filho, Prof. Onofre Lopes da Silva Júnior, que encarregou o então Prof. de Anatomia, Prof. Hiram Diogo Fernandes (in memorian), de tal missão. O coração, formolizado e acondicionado em frasco apropriado, ficou alguns anos na sede da III Disciplina de Clínica Cirúrgica, do Curso de Medicina da UFRN, sob a guarda do Prof. Hiram, e depois foi levado ao CREMERN, onde permanece exposto. Os objetos pessoais, após a exposição, foram devolvidos para guarda da família.

A Lei de criação dos Conselhos de Medicina no Brasil data de 1958, e quem fundou o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte foi o Prof. Onofre Lopes da Silva. Ele teve o registro no Conselho (CRM) de Nº 1.
Entre 2003 e 2004 o Memorial permaneceu fechado, obedecendo orientação do Conselho Regional de Engenharia, por motivo de segurança, devido à construção da sede própria do Conselho Regional de Medicina, um edifício vizinho, de 5 pavimentos.

Em princípio, o Memorial funcionou como “Gabinete de Curiosidades” devido à diversidade de objetos doados para o acervo, quando foi iniciado o trabalho de catalogação e formação de coleções. Em 2007 foi reinaugurado, depois de passar por uma reestruturação, sob orientação técnica da especialista em museologia Rosemary Lins Barreto.

No acervo do Memorial é possível encontrar fotografias de expoentes e partícipes da medicina do RN, registros históricos, diplomas originais e reproduções, objetos, instrumentos médicos e mobiliários de consultórios usados na metade do século passado. A administração continua aceitando doações. O material recebido passa por uma triagem e depois, catalogação.

O Memorial é receptivo à formação médica do RN e recebe, em visita técnica, alunos dos três cursos de medicina do estado: UFRN, UERN e UnP. É um momento dedicado à visitação, discussão e reflexão sobre o itinerário sócio-histórico da medicina no RN. Em seu acervo constam ainda convites de formaturas de turmas concluintes da UFRN além de uma miniatura original da placa comemorativa da primeira turma de médicos formados pela UFRN, em 1961, doada pela médica concluinte daquele ano e professora aposentada de ginecologia e obstetrícia da UFRN, Dra. Lúcia Bezerra de Melo.

Atualmente o auditório do CREMERN/Memorial, com capacidade para 120 pessoas, é palco de cursos de educação médica continuada promovidos pelo CREMERN, palestras e discussões mensais sobre dilemas éticos, além de estar disponível para a realização de jornadas médicas e outros eventos da área. Em conjunto com a Academia de Medicina do RN tem recebido não apenas médicos, mas a sociedade potiguar em solenidade magna.



Autora:
Dra. Emilia Maria Trigueiro Morais de Paiva
Coloproctologista
 Fonte:
Matéria Revista Cooperando - Unimed Natal

JOSÉ JORGE MACIEL

• Nasceu Jose Jorge Maciel em Macaiba - RN, em 08 de outubro de 1914.


• Fez seus estudos secundários no Atheneu Norte-Rio-Grandense. Matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, lá concluindo o Curso Médico e obtendo o seu diploma em dezembro de 1938.
As pessoas se particularizam pelo caráter que têm e demonstram ao longo das circunstâncias e desafios da vida. Em razão dele é que estabelecem formas inconfundíveis de interação com as demais pessoas, se posicionam com determinadas características no ambiente social em que convivem, tomam atitudes diante do cotidiano mais simples em que todos estamos mergulhados ou constroem algumas vezes a sua opção político-ideológica.

José Maciel foi sempre o mesmo homem em todas as atividades que exerceu, no âmbito médico-profissional ou no território da política ou, ainda, até mesmo como fazendeiro, quando se tomou um criador seletivo e apaixonado por gado de raça e, mais do que isso, um extraordinário conhecedor e especialista em animais leiteiros, apesar de ocultar a sua experiência e conhecimento sob o disfarce de um discreto observador apenas interessado e diletante. O mesmo homem, idêntico ao que era no relacionamento com familiares e amigos: um homem de convicções firmes, de uma firmeza que inspirava confiança e respeito. Subjacente a essa enérgica e intransigente retidão e correção de comportamento, havia alguém surpreendente e intensamente sensível ao sofrimento do próximo, solidário com as necessidades e carências alheias e sempre inconformado, melhor diria, indignado, com as injustiças e desigualdades sociais.

Os dados mais importantes de sua biografia são os seguintes: era médico radiologista, formado pela Faculdade de Medicina da Bahia (1939). Foi Diretor do Sanatório Getúlio Vargas de Natal (RN). Exerceu o cargo de Secretário de Saúde durante o período em que era Governador do Estado Dinarte Mariz. Foi um dos fundadores do Instituto de Radiologia de Natal. Elegeu-se Prefeito de Macaíba, a cidade em que nasceu (em 08 de outubro de 1914), e desempenhou o mandato de 1953 a 1958. Dentre suas iniciativas na área desportiva, merecem destaque suas contribuições para a fundação do Jockey Clube/RN (1964), Kennel Clube Norte-Rio-grandense.

Foi dado o seu nome ao estádio de futebol de Macaíba, em reconhecimento ao seu apoio aos esportes e, em particular, à construção dessa praça esportiva. Em Natal foi homenageado pelo Governador Garibaldi Alves Filho e pelo Secretário da Saúde Dr. Ives Bezerra dando seu nome ao antigo Leprosário - Hospital José Jorge Maciel.

Era casado com Zuleide Meira Maciel, sua companheira e mãe de seus filhos, com quem compartilhou, sempre de ânimo inabalável, como se cumprisse a recomendação bíblica, os momentos de alegria e de tristeza, de êxito e de frustração, de plenitude existencial e de dolorosa incerteza que o destino reserva para todos nós. Eram dois seres, que se identificavam e se respeitavam com o amor que muitas vezes, por sua intensidade e veracidade, se oculta no mais íntimo da frágil e ainda assim inquebrantável condição humana.

José Jorge Maciel faleceu em 15 de dezembro de 1995, deixando como marca e símbolo de sua vida, para os familiares, amigos e todos os que o conheceram, uma permanente, lúcida e corajosa afirmação de dignidade, que constituiu a tônica e a diretriz do seu modo de agir em todas e quaisquer circunstâncias por que passou em sua trajetória existencial.
FONTE - MANUEL MAURICIO FREIRE

MEMORIAL DE MEDICINA DO RIO GRANDE DO NORTE



Fotografias, livros, documentos, pinturas e equipamentos antigos das mais diversas especialidades. Isso é um pouco do que podemos encontrar no Memorial de Medicina do Rio Grande do Norte, mantido pelo Conselho Regional de Medicina, na
avenida Rio Branco, centro. O acervo retrata a história da profissão que só em 1961 teve a primeira turma de médicos formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Aberto ao público há três anos, o Memorial guarda em suas paredes os nomes daqueles que contribuíram para introduzir a Medicina no Estado.“Muitos dos grandes nomes da Medicina local foram formados em Recife, na Bahia e no Rio de Janeiro, antes da criação da Faculdade em Natal. Foi o caso da dra. Yaponira Glück de Brito,primeira médica do Rio Grande do Norte, formada pela Faculdade de Recife, cujo diploma está exposto no Memorial. Aqui também encontramos a placa de formatura da primeira turma da Faculdade de Natal”, informa o guardião do espaço, Roberto Fonseca. Com meio século de funcionamento, o curso de Medicina do Rio Grande do Norte já encaminhou para o mercado quase quatro mil médicos. Antes disso, contudo, alguns talentos potiguares eclodiram em outras partes do país, como o médico Aderbal de Figueiredo, que cursou a Faculdade de Medicina com o ex-presidente da República JK, em Belo Horizonte, como mostra uma das fotos do Memorial. O Memorial de Medicina do Rio Grande do Norte dedica uma de suas salas àquele que pode ser considerado uma referência para seus pares. É neste espaço que encontramos uma raridade: ocoração de Onofre Lopes. Mais do que um simples órgão,devidamente conservado em produtos químicos, o coração do médico está envolto num simbolismo: representa a conquista de um ideal. “É motivo de grande orgulho para os que deram uma parcela do seu esforço, assistir à glorificação do seu ideal que é também o de toda uma população”, disse Onofre Lopes, cujas palavras,por si só, justificam o objetivo do Memorial de Medicina do Rio Grande do Norte. (Carla Xavier)
FONTE - INTERNET

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